domingo, 27 de novembro de 2016

A história da Kyosho

Que tal uma ótima leitura de domingo sobre as fantástica miniaturas da Kyosho? O nosso amigo Mauricio Nunes pesquisou tudo sobre a marca e hoje você pode conhecer muito mais sobre estes belos carros que arrancam suspiros dos colecionadores. Clique aqui e veja todas as postagens do Mauricio sobre a história do nosso hobby.

A empresa nasceu no Japão em outubro de 1963 como produtora de brinquedos. Em 1970 lançou o primeiro carro rádio controlado, e ainda hoje os modelos rádio controlados são uma grande parte da empresa. A Kyosho patrocina corridas e campeonatos mundiais de miniaturas rádio controladas. 

Trabalha com modelos rádio controlados de veículos terrestres, aviões/helicópteros e barcos em várias escalas de: 1:8; 1:9; 1:10; 1:12; 1:16; 1:18; 1:24; 1:27; 1:28; 1:30 e 1:50.

Em 1982 montaram um sistema de cooperativa que produzem os modelos hoje. A estrutura de cooperativa permite que as mesmas sejam mais baratas. Somente em 1991, começaram realmente a produzir as miniaturas maiores e no final da década de 90, fizeram um acordo com a Mattel para distribuição de miniaturas 1:64. A Kyosho passou seu “know-how” de venda no Japão, explicando a gigante americana o complicado gosto japonês. A Mattel por sua vez conseguiu aumentar a venda de seus Hot Wheels no Japão. 

Com o passar dos anos, em 2002, a Kyosho, por administrar as vendas da parceira Mattel no Japão tinha percebido as falhas da mesma e resolveu lançar sua linha 1:64 cobrindo as falhas da parceira, o que resultou na linha de 1:64 que conhecemos hoje. Essa parceria improvável foi possível pois não há conflito. Os nichos de mercado são distintos e complementares.

Produzem modelos em várias outras escalas.

A escala de 1:80 é exclusiva de ônibus apenas.

A Kyosho trabalha com 3 tipos de embalagem. As cartelas (DyDo/Kyosho) e caixas com janela ou sem janela. A caixa com janela é nova e é mais uma pressão dos colecionadores internacionais.

A Kyosho trabalha com séries de fabricantes, trabalhando sempre e somente com modelos licenciados. Lançam séries por fabricantes, como: Toyota, Volkswagen, Bentley, Ferrari, Alfa Romeo, Porsche, Lamborghini etc.

Na série de carros de passeio, geralmente vem sempre pelo menos uma miniatura com decoração de corrida, quando existem alguns dos modelos realmente de corrida. A Kyosho os decora exatamente como esses são nas corridas. Também, aqui, a decoração é real e não genérica.

Só para citar um fato, só de Ferraris a Kyosho tem 17 séries (sendo uma série relançamento). Obviamente há modelos repetidos, mas sempre com moldes novos, o que para o colecionador geralmente o torna um outro modelo.

Aqui cabe uma informação. Por muitos anos a Mattel teve a licença exclusiva de produção de Ferraris. Nessa época a Mattel permitiu à Kyosho a produção de modelos desmontados, daí surgiu a série de Ferraris em cartelas montáveis da Kyosho, pela sua marca subsidiária DyDo. São como kits para montar de Ferraris. As cartelas DyDo vem com instruções e uma pequena chave de fenda para montagem dos modelos.

A DyDo é a marca que vende as miniaturas desmontadas da holding, não sendo exclusiva para Ferraris.

O bom da Kyosho é que ela preza a beleza das miniaturas e mesmo marcas com menor expressão mundial tem várias séries lançadas como: Alfa Romeo, Lotus e Aston Martin, só para citar algumas marcas menores com belos modelos Kyosho. 


Os modelos são em escala 1:64 na maior parte das vezes, com todos os detalhes de símbolos, frisos, retrovisores, lanternas e faróis pintados ou de acrílico. Rodas reais com pneus de borracha, porém não trabalha com partes móveis nos modelos. Nunca abrem portas ou capôs. 

Certamente existem modelos japoneses em profusão, mas a paixão dos nipônicos por automóveis faz com que a Kyosho produza modelos de várias marcas mundiais.

Em 2004, percebendo a possibilidade de expandir a venda de seus produtos, a Kyosho resolveu se aliar a uma das maiores lojas de departamento japonesas: a Circle K Sunkus, uma loja tradicional, que teve o início de suas atividades na década de 50 no Japão pós 2ª grande guerra. Na Internet o distribuidor exclusivo no Japão é a Karuzawa.

Para quem aprecia e adora caçar modelos, é possível, por exemplo, conseguir os carros que Nelson Piquet pilotou.

Ou as Mercedes que Schumacher dirigiu antes da Fórmula 1.

Ou mesmo a “Alfeta” de Juan Manuel Fangio, campeã em 1951.

Ou que tal uma raridade como a Maserati Tipo 60/61 birdcage, dirigida por Carroll Shelby?

Algumas séries específicas, como a série Ayrton Senna de Lotus e McLarens agradam muito aos colecionadores do mundo inteiro, não só aos brasileiros. Nessa série de Formulas 1 a Kyosho inovou e colocou o piloto (Senna) nas miniaturas.

Formulas 1 são um grande filão de vendas no Japão e a Kyosho produziu várias séries. A Kyosho tem vários modelos, sejam eles de campeões ou não.

É possível, inclusive, colecionar todas as Ferraris campeãs do mundo de Fórmula 1.

Mas não só de carros de corrida e Fórmula 1 vive o(a) colecionador(a) de Kyosho, ele(a) tem modelos de passeio especiais, dificilmente vistos na escala 1:64, produzidos por outros fabricantes.

A Kyosho tem 4 tipos de miniaturas raras: Karuzawa Version, Bead Collection (ou OEM Collection), Sunkus K e Shizuoka.

Karuzawa Version – a loja virtual Karuzawa detém o direito de fazer pré-venda das minis Kyoshos, podendo lançar uma versão da série com decoração diferenciada. Essa versão da miniatura não é vendida junto com a série, somente é encontrada na loja “online” e tem uma tiragem limitada. O preço é sempre 15% mais caro que a miniatura comum, já na pré-venda, e logo depois, sobe mais de 50% depois que se esgota.

Bead Collection ou OEM Collection – são modelos de séries mais antigos, produzidos em menor escala que hoje são raridade. As OEM são produções independentes e limitadas para venda ou brindes em eventos.

Sunkus K Special – é uma miniatura normal de linha com decoração especial e apenas com pequena tiragem.

Shizuoka Hobby Show – são modelos feitos pela Kyosho como brindes para essa feira de miniaturas entre 2003 e 2010 com uma pintura especial tipo spectraflame.

Além dessas 4 ainda existem as miniaturas que são feitas sob encomenda para algum cliente. Essas normalmente tem tiragem bem limitada e tornam-se raras instantaneamente.

As miniaturas Kyosho são de um padrão excepcional, mas como todas as miniaturas tem suas falhas também. Por serem peças de colecionador e não brinquedos, as miniaturas da Kyosho são frágeis, muito leves, com base plástica e carroceria de zamac muito fina e também tem uma camada de tinta muito fina e lascam facilmente se caírem no chão ou as vezes mesmo o atrito com a caixa é suficiente para marcar a miniatura. A rebitagem para fechamento da miniatura por vezes é falha e isso faz com que muitas fiquem com as rodas muito perto da carroceria e sequer rodem direito. Outra desvantagem de se colecionar Kyosho é que a marca só é vendida no Japão e recentemente na China. Conseguir essas miniaturas é difícil e geralmente mais caro.

Em tempos de globalização, a Kyosho divide produção na China de seus modelos com Autoart e Minichamps no mesmo “montador” chinês. A semelhança de alguns dos modelos das 3 marcas é imensa e sempre fica a dúvida se o molde não é o mesmo! 

Agradecimento: ao colecionador Paulo “Big Bond” Vieira pelas miniaturas Kyosho fotografadas nesse artigo.

Referências:

5 comentários:

  1. Matéria completa como sempre. Possuo uma quantidade razoável de minis da Kyosho, são excelentes.

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  2. Duas coisas: é Beads e não Bead, que já não existe mais. Uma série que segue a mesma um pouco a linha do que a Beads fazia, se chama agora Kyosho Original.
    A série Karuwaza não existe mais, agora chama "versão online", já que a Karuwaza não tem mais exclusividade.

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    1. Grato pela correção. É "Beads" mesmo como está na foto, foi erro de grafia. Perdão!
      Abs
      MMN

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  3. Sobre "as Mercedes que Schumacher dirigiu antes da Formula 1", o alemão nunca pilotou as CLK GTR nem as CLK DTM.

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    1. Aliás, não pilotou nenhuma das três da foto, já que guiou os protótipos de 1990 (C11) e 1991 (C291). A C9 da foto é de 1989, quando ele ainda estava somente na F3 alemã.

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