Maverick Grabber

Há um fato histórico que confirma que inveja não mata. E esse fato ocorreu na década de 60 e 70 no Brasil, quando vários brasileiros amantes de automóveis não faleceram de inveja dos muscle cars americanos.

Mas a dor devia ser grande. Ver nas revistas americanas lançamentos como Mustang, Camaro, Charger, Challenger, Firebird e muitos outros deve ter judiado de quem amava carros. Claro, alguns felizardos podiam importar estes carros, mas logo depois nosso governo militar decidiu proibir as importações.

Sobrou então para a Chrysler e a Ford trazerem para o Brasil oficialmente alguns muscle, mas na hora errada…

O começo da década de 70 trouxe uma enorme ressaca para o mundo com um aumento nos preços de petróleo, e isso tornou esses modelos com motores V8 beberrões inviáveis. A indústria americana reduziu a fabricação de carros com motores grandes, e a importação dos muscles pro Brasil ficou abalada. Se nem um país rico como os EUA conseguiam pagar pela gasolina, como um país pobre de terceiro mundo como o Brasil conseguiria?

Consequência disso é que a Chrysler trouxe para o Brasil um Dodge Charger sem o mesmo charme e potência dos modelos clássicos dos EUA, e a Ford trouxe um carro que poucos americanos consideram como um legítimo muscle car, o Maverick.

Vieram poucos Mavericks para o Brasil com motor V8 (o 302 que equipava o Mustang Boss 302), enquanto os outros eram os fracos 4 cilindros.

Mas não importa como ele seja rotulado, o Maverick será para sempre o muscle car brasileiro. Ele rivalizava com o Opala SS e os Chargers e Darts como os mais potentes a rodar por nossas ruas.

E para os amantes desse modelo, a Hot Wheels fez a bondade de lançar este ano o '71 Maverick Grabber, modelo exatamente igual ao que veio para o Brasil, e que hoje é um clássico entre nós.

É claro que ele vai fazer sucesso. Mesmo porque a miniatura está muito fiel ao original, como você pode ver nas fotos (tiradas pelo colecionador dos EUA hotwheelsbob2000). Ou seja, vai ter briga para pegar um na loja!