sexta-feira, 14 de maio de 2010

Entrevista: Cleiton Regnner


Cleiton Regnner, de 41 anos, mora em Esteio no Rio Grande do Sul, e é um grande colecionador de miniaturas de várias escalas. Ele também é um grande amigo de um dos maiores e mais importantes colecionadores do Brasil, o Mario Estivalét, que já deu uma entrevista para este blog e que mantém um excelente site que é referência para colecionadores do mundo todo.


Mas como se faz uma bela coleção morando no Sul do país? Vamos descobrir agora:



Quando você começou a sua coleção e por que começou?

Como qualquer menino, sempre tive muitos carrinhos, principalmente Matchbox dos anos 70. Pena que não tinha consciência de brincar e também conservar os mesmos. Com certeza foram muito bem “brincados”, e infelizmente acabaram não sobrevivendo à minha infância. Realmente lamento muito não ter guardado pelo menos alguns destes carrinhos, que acabaram se perdendo ao longo do tempo. Ainda me lembro de alguns Matchbox que se possível pretendo ter novamente (felizmente isso hoje é possível).


Em 1994 com a abertura das importações, começaram a chegar as primeiras miniaturas importadas em escala 1/18 da Burago (Italiana). A primeira que comprei foi uma Ferrari 456 GT azul. Fiquei fascinado, afinal ela era perfeita e detalhada (para a época) e abria portas e capô. Assim começou a minha coleção em escala 1/18, que após vários modelos, acabei descobrindo que nesta escala existem infinidades de modelos e fabricantes (Burago, Maisto, Hot Wheels, Auto Art, Ertl, Minichamps, Kyosho, Exoto, entre outros...), você pode encontrar quase tudo que quiser. Também descobri que nesta escala, o espaço necessário para expor as suas miniaturas é bem maior do que o tamanho da sua coleção, e foi quando comecei a colecionar na escala 1/43, onde realmente se consegue tudo (bem mais do que na escala 1/18) e não se ocupa tanto espaço, com modelos incrivelmente bem detalhados.


Nessa época considerava os Hot Wheels como brinquedos e não os colecionava. Pelo ano de 2001 com as altas do dólar e a dificuldade de chegarem miniaturas ao mercado, fui "apresentado" aos modelos 1/64 da Hot Wheels por um colecionador conhecido, o Mario Estivalét, e comecei a observar melhor os modelos e conhecer como funciona uma coleção de Hot Wheels (suas séries, sua história, seus modelos e seus colecionadores). A partir daí comecei a concentrar minha coleção na escala 1/64 com preferência nos modelos Hot Wheels e suas séries especiais.



Qual o tamanho da sua coleção hoje? Você cataloga tudo? Coleciona quais marcas?

Faz muito tempo que não conto quantos modelos tenho na minha coleção. Tenho a maioria dos modelos que gosto nas escalas 1/18 e 1/43 (sempre vai faltar algum) e de Hot Wheels dos últimos anos. Falta catalogar a minha coleção, é uma falha minha que pretendo corrigir em breve. Nas escalas 1/18 e 1/43 tenho modelos Burago, Maisto, Ertl, Minichamps, Ixo, Hot Wheels Elite e Racing, Auto Art, Kyosho, Exoto entre outros, e na escala 1/64 e 1/87 Hot Wheels, Matchbox, Johnny Lightning, Greenlight e Jada.



Qual o tema da sua coleção? Você coleciona tudo o que vê pela frente?

De Hot Wheels, tento completar a mainline dos últimos 4 anos (tenho vários modelos de 2000 a 2007, mas não completas) e algumas séries como Classics, Ultra Hots, Ferrari 60 Years, Larry's Garage e Delivery. Nas escalas 1/18 e 1/43 é basicamente formada por modelos Ferrari, Porsche, Mercedes, Corvette, Formula 1 e carros de corrida das mais variadas categorias (Le Mans/DTM/Nascar) e modelos de filmes.



Como você armazena a sua coleção? Suas miniaturas ficam todas dentro da embalagem ou fora?

Atualmente a maioria dos meus modelos encontram-se em caixa ou em seu blister original, não por opção, mas por falta de espaço mesmo. Tenho um móvel próprio para expor minhas miniaturas, que troco de tempos em tempos entre modelos “na caixa” e modelos expostos.



Qual a sua, ou as suas miniaturas favoritas? Quais são as mais raras?

Não tenho uma miniatura favorita específica, gosto de todas, pois cada uma tem a sua história e o seu momento. Existem algumas miniaturas que se tornam raras com o passar do tempo como, por exemplo uma Ferrari Formula 1 1996 (1/18) comemorativa da primeira vitória de Schumacher na Ferrari, adquirida em 1997 e que hoje é um modelo raro e histórico.



Você coleciona já a algum tempo, e deve ter visto muita coisa mudar neste hobby aqui no Brasil. Como você vê este momento que vivemos hoje, com várias ferramentas na internet para ajudar os colecionadores, convenções, lojas especializadas, fóruns, etc.?

Realmente muita coisa mudou no mercado nestes últimos anos, várias lojas especializadas abriram e outras tantas fecharam, mas atualmente o momento é muito bom para quem coleciona ou está iniciando uma coleção. Pois existe muita informação a respeito deste hobby na internet, que é uma excelente ferramenta para isso. Mesmo sem nenhuma loja em sua cidade é possível começar e manter uma coleção. Mas atenção: pesquise bastante antes de comprar, consulte outros colecionadores, informe-se bem, vá a encontros, participe de fóruns, utilize todas estas informações ao seu favor e em benefício da sua coleção.



Tem alguma miniatura que você quer e ainda não conseguiu? Você tem algum sonho de consumo?

Existem várias miniaturas que eu gostaria de ter (sempre vai faltar um T-Hunt ou algum modelo para completar alguma série). Gostaria muito de completar os campeões mundiais de Formula 1 de 1988 (Senna) até hoje (faltam apenas três carros na escala 1/18).



O que você tem achado da postura da Mattel do Brasil com os colecionadores? E sobre o nosso RLC?

Nos últimos anos a Mattel tem reconhecido o potencial de consumo do mercado brasileiro em relação às miniaturas Hot Wheels, muitas novidades e séries que antes não tínhamos em nossas lojas, hoje chegam até que com pouco atraso ao nosso mercado (não podemos esquecer que se tratam de produtos importados, sujeitos a toda logística e burocracia que envolve uma importação). Mas muita coisa ainda precisa ser melhorada, principalmente em relação à continuidade e término das séries e da própria mainline de cada ano, já que sempre ficam faltando alguns modelos (o que é péssimo para quem pretende “fechar” um determinado ano ou série).


Outro ponto a ser observado é em relação ao preço de algumas séries especiais, muito elevado para a nossa realidade. Quanto ao nosso RLC, ainda não me cadastrei (inclusive o site ficou fora do ar por um bom tempo). É uma bela iniciativa da Mattel trazer ao nosso mercado um produto que era exclusivo do mercado americano por muitos anos. Vamos torcer para que funcione e se mantenha. Vou aguardar mais um pouco para ver como vai ficar.



Aonde você compra suas miniaturas? Como é a oferta aí em Esteio?

Esteio é uma pequena cidade da região metropolitana de Porto Alegre, portanto a oferta resume-se a pequenos bazares e redes de supermercados. Mas em Porto Alegre e demais cidades da região, existem diversas lojas de brinquedos e algumas especializadas em colecionismo e miniaturas, além da internet e de encontros de colecionadores.



Tem alguma dica pra dar para aquele colecionador que está começando agora sua coleção?

Divirta-se. Afinal colecionar miniaturas ou qualquer outro objeto é um hobby, um momento de lazer e diversão. Colecione o que você gosta, aquilo que te dê prazer. Tente definir uma linha para sua coleção, um modelo, uma série ou um determinado ano, o critério é seu (afinal é a sua coleção), porque a oferta é praticamente infinita de modelos e escalas. Também busque algumas

informações que o ajudem a conhecer o que você está começando a colecionar, pesquise na internet que é uma ferramenta fantástica para isso, com vários e excelentes sites e blogs sobre miniaturas e Hot Wheels (como este blog e o hotwheelsbr, entre outros), vá a encontros e converse com outros colecionadores. Enfim, divirta-se.


Um comentário:

  1. Muito bacana a entrevista! Acho que a dica que o Cleiton deu é essencial: divirta-se! Alguns acabam esquecendo disso! Hehehe!

    Beijoooos!

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