Esse nome extenso define a versão top de linha de um dos carros mais legais e mais injustiçados da história do automóvel nos Estado Unidos. E eu vou explicar o porquê.
A Pontiac era a divisão de carros de "performance" da GM, e que apesar de ter trazido para o mundo o primeiro muscle car da história, o Pontiac GTO (idealizado por John C. DeLorean) além de outros belos carros, acabou fechando as portas devido à grande crise que afetou a General Motors nos últimos anos. E coube à Pontiac criar um "genérico" do Camaro com um espírito mais arrojado: o Pontiac Firebird.
Ele usava a mesma plataforma do Camaro, além de motores, câmbios e outras partes estruturais de carros da família GM (Chevrolet, Oldsmobile, Buick). Nascido em 1967 junto com o Camaro, ele aos poucos foi conquistando compradores, mas nunca foi um sucesso de vendas.
Em 1969 apareceu a versão "Trans Am" do Firebird, em homenagem à categoria de corrida de mesmo nome, muito popular nos EUA. Apesar do nome, ele nunca participou de corridas, e trazia um grande pacote de performance que dava outra vida ao carro. O Trans Am de 1969 foi pouquíssimo produzido, ainda com a cara da primeira geração dos Firebirds, e hoje é um ítem raro entre os colecionadores de automóveis reais.
No meio de 1970 veio a atualização do Camaro, e na cola a versão atualizada do Firebird, agora também nas versões Formula e Trans Am, com mais força no motor V8 e ítens de estilo bem chamativos. O Trans Am era o top, com os motores mais potentes, câmbio com melhor desempenho (tanto na versão automática como na versão manual), e vários ítens que só eram encontrados nesta versão: painel de metal, aerofólio e spoiler, grade diferenciada e faixas esportivas que destacavam o desenho de um pássaro de fogo (o "Firebird", maldosamente chamado de "screaming chicken", ou "galinha histérica").
O problema é que logo após o seu aparecimento, a crise do petróleo atingiu os americanos, e esse tipo de carro que bebia gasolina demais acabou sobrando nos estoques das lojas. O preço do seguro de carros esportivos também explodiu na época, e carros como esse eram muito mal vistos.
Nos próximos anos o desenho do pássaro de fogo ganhou todo o capô do carro de uma forma exagerada, que muitos viram como algo "brega". Mas foi justamente entre 1970 e 1974 que sairam as versões mais potentes e mais bonitas, contrariando o costume da época de lançar carros feios e fracos. Os Trans Ams eram feitos apenas nas cores branca, vermelho, azul e alguns na cor "Brewster Green", que é o verde que vemos na cor do modelo que a Hot Wheels lançou neste ano.
Nos anos seguintes a potência caiu e o design ficou menos atraente. Mesmo assim o Trans Am fez fama ao atuar em alguns filmes de sucesso, como "Agarre-me se Puderes", com o belo Trans Am "Bandit", e no seriado "A Super Máquina" com o "K.I.T.T". E apesar de tudo isso, ele ainda hoje não é um carro visto por colecionadores como uma peça importante, e nem como um belo carro. Apenas alguns modelos mais raros (como os "Super Duty") tem um valor maior em leilões, e na maioria das vezes é possível encontrar alguns Trans Ams com preço bem acessível nos EUA. A produção do Firebird e dos Trans Ams durou até a década de 90.
Mesmo não sendo um carro tão apaixonante para os americanos, como os Mustangs, Camaros e Chargers, a indústria de miniaturas até que foi generosa com a história do carro, e acabou produzindo alguns belos exemplares, como o modelo de 1973 do Trans Am que a Hot Wheels colocou em sua linha básica neste ano (fotos abaixo). Mais abaixo você vê fotos de alguns outros modelos produzidos como miniaturas na escala 1:64 de algumas marcas de miniaturas (Hot Wheels, Matchbox e Johnny Lightning), e por último fotos reais desses belos carros.
Fotos do Firebird da Hot Wheels: DaveRace do Hot Wheels Collectors.