Nesta semana a fabricante AUTOart, que produz algumas das mais belas e detalhadas réplicas de carros, publicou em sua página no Facebook um pouco sobre seus segredos de como funciona sua produção, inclusive com valores. Para quem não está acostumado com informações industriais, os dados podem ser chocantes, e nos ajudam a entender um pouco sobre os desafios da produção destes carros que tanto amamos.
Eles dizem que para produzir apenas um modelo na escala 1/18, os custos ficam entre 100 e 200 mil dólares, dependendo da complexidade da réplica e do número de componentes. Esse, é claro, é o custo de se fabricar na China. Se fosse em um país desenvolvido (EUA ou na Europa), os custos seriam o dobro ou o triplo, já que os custos trabalhistas são muito maiores.
Um molde de um carro na escala 1/18 consiste em 20 a 30 pequenos e grandes blocos de ferro, sendo que o mais complicado e maior bloco de ferro (que pode chegar a pesar uma tonelada) é o que é usado para moldar a carroceria da miniatura, já que envolve toda uma estrutura tridimensional do molde. Demora por volta de um ano para a engenharia conseguir produzir um conjunto de moldes de ferro para apenas um modelo.
Uma vez que os moldes estão prontos, metal líquido é injetado com altíssima pressão na cavidade do molde por uma máquina injetora. Cada molde pode produzir mais de um milhão de cópias e sua vida útil é bastante alta, e essa é a forma mais barata e econômica para se produzir miniaturas em grande quantidade. Este processo é utilizado por todos os grandes fabricantes de miniaturas do mundo.
A produção com estes moldes de ferro só se justifica quando se produz uma quantidade alta de produtos. Se forem produzidas apenas centenas de unidades do mesmo modelo, só o custo dos moldes passará de 40 dólares por carro, e isso pode inviabilizar toda a produção.
Esse panorama da produção mostrado pela AUTOart nos faz entender um pouco melhor as complexidades de se produzir miniaturas em grande escala. Nos faz pensar por exemplo que um fabricante como a Mattel (Hot Wheels e Matchbox), Greenlight, M2, Maisto, etc, precisa ter um processo muito bem planejado e coordenado para conseguir produzir milhões de miniaturas, embalar e enviar para o mundo todo com um preço final de alguns poucos dólares, e ainda ter lucro. Cada probleminha na produção, ou em algum momento do desenvolvimento ou da logística, pode significar um enorme prejuízo, já que os custos são calculados com pouca margem de erro. Isso ajuda a explicar porque vemos cada vez mais miniaturas mais caras e com menos detalhes.