sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Entrevista: Murilo Giannetti


Murilo Giannetti, de 19 anos, e colecionador desde 2005, pegou um avião no fim de setembro e viajou até a costa oeste dos EUA para a convenção de Hot Wheels em Los Angeles.


Além de gastar muito dinheiro por lá, ele viu muita coisa legal. A seguir, a entrevista com o Murilo:



Como apareceu a oportunidade de você ir para a convenção de Los Angeles? Programou isso a muito tempo, ou foi daquelas coisas de uma hora pra outra?

Bom, um certo sábado, em um encontro na Semaan, vi o anúncio do Ricardo Kaffa (amigo colecionador e dono da About Trip), e de primeiro pensamento não levei nada a sério, mas como já tinha viajado pra fora e já fui atrás de Hot Wheels lá fora, fiquei interessado; e pensei: porque não? No meio da semana seguinte comecei a entrar em contato com ele e, mesmo sem pensar nos custos totais (mais pela empolgação), acabei fechando com ele, e sem saber como seria, fui. Foi uma coisa totalmente de última hora, fiz a inscrição no último dia permitido.



A convenção acontece em um hotel. Como funciona? Tem exposição, palestras, salas de trocas, lojas?

Uma coisa totalmente organizada, e ao mesmo tempo desorganizada. Foi realmente em um hotel, exposição apenas em um espaço da Mattel, que por ser da fabricante não é aquela coisa que você fica de boca aberta. A única coisa que eu fotografei no Mattel Room foi um Hot Wheels com cartela, acho que na escala 1:5. As salas não são de trocas e claramente de VENDAS e aonde funciona o room to room. Colecionadores crendenciados tem acesso aos 3 andares de quartos destinados apenas pra convenção só pra rolos (muito interessante). E quem pode vender? Colecionadores que acabaram se alojando no mesmo hotel durante as datas da convenção.



Que palestras você assistiu? O que falaram lá de interessante? Sei que você tem uma notícia quente sobre a mini exclusiva da próxima convenção... Como anunciaram isso?

Então, tinha palestras praticamente diariamente, sem limitações de pessoas (como aqui no Brasil). Tinha as dos clubes, contando suas novidades, e teve os anúncios da Mattel. E realmente teve uma maravilhosa notícia: nossa próxima miniatura da convenção de 2010 será o VW FASTBACK, que foi muito procurado e ainda procuram por aqui no Brasil (mesmo lá era difícil e caro pra conseguir). Eu serei franco: não participei das palestras, fiquei sabendo do Fastback porque me contaram… Colecionadores de lá querendo encomendar comigo antecipado, pois sabiam que eu era do Brasil (risos).



Ouvi dizer que falaram muito sobre o Brasil, inclusive que parte do que estará à venda no Red Line Club ano que vem, virá para cá. Você confirma isso? O que mais ouviu sobre nós?

Não sei se realmente falaram do Brasil, mas eu me apresentei para todos. Tanto para os membros do RLC quanto a presidentes e membros de outros clubes. Adoraram a nossa presença e estão vendo que o Brasil vem vindo com força no hobby. Mas a parceria com o RLC não posso confirmar pois como disse, não participei das palestras. Só queria saber de comprar e conhecer pessoas.



Quem estava por lá dando autógrafos? Você chegou a ir em algum jantar ou outro evento da feira?

Todos os designers da Hot Wheels, inclusive um mais recente, Bryan Benedict (não sei se ele vem para substituir o Larry), que foi o mais recente contratado e muitos americanos ainda não o conheciam. Lá, ao contrário do que aconteceu com o Larry aqui, não tem muito tumulto, mas todos pegam autógrafos… Fotos ninguém tira, mas o que eu achei legal é que eles (cada designer) dá um encarte autografado com o principal projeto ou uma foto de um modelo que fez historia. Com relação a jantares eu não fui no do Larry. Achei meio puxado US$120.00 extras. Tudo bem que ganhava um caminhão muito show de bola (o Convoy Custom), mas eu queria curtir outros lugares por lá.



E as minis exclusivas da convenção? Comprou todas? Chegou a ver os campeonatos de customização por lá?

Eu adorei as minis da convenção, achei de super bom gosto. Sim, comprei todas, mas eram limitadas em 3 peças para cada crendencial.

Como disse, não participei muito das coisas organizadas pela Mattel. Vi que esse concurso de customização era muito organizado e reconhecido. Recebiam troféus no último dia. Super legal. Só vi a premiação. Eu gostei mesmo do room to room. Lá eu perdia o dia inteiro.



Comprou muita coisa? Quantas minis trouxe de lá? Quais foram as mais raras e legais que você trouxe?

Comprei sim… Abusei! Quase perdi tudo na Receita Federal. Longa história… Estou contando quantas peças eu trouxe. Consegui muita coisa rara. Eu coleciono miniaturas da Coca-Cola, e minha coleção é maravilhosa. E lá consegui apenas 11 peças diferentes. Então foi isso que eu achei raro e legal.



O que você viu de miniaturas novas? Chegou a ver as mainlines de 2010?

Mainlines 2010 estavam muito difíceis de achar. Cheguei a ir em mais de quatro Wal-Marts diferentes e duas Toys'R'Us, mas não achei nada. Uma das Toys'R'Us que fui, achei um pack da série Larry's Garage com 21 carrinhos. Essa é a peça mais rara que achei nas lojas. Uma peça que vi lá que gostei, foi a variação de cor do novo Amazoon verde. Show de bola com o logo da Hot Wheels.



Como está a sua coleção? Quantas minis você tem hoje? Só coleciona Hot Wheels?

Então, minha coleção antes tinha de tudo, até que precisei de dinheiro para ir para o Canadá. Vendi a maioria dos T-Hunts, Jadas (coisas mais caras para girar um dinheiro), e hoje tenho em média uns 250 Hot Wheels abertos em geral, mas o meu foco mesmo são as miniaturas Coca-Cola. Estou começando e já passo das 50 peças, mas meu acervo completo, contando minis para troca e vendas passam de 2500 peças fácil. Adquiri muita coisa neste último ano.



Qual é o choque de um brasileiro colecionador ir para os EUA e ver aquele monte de miniaturas maravilhosas?

Essa é fácil: é você chegar lá e começar a procurar peças que achamos que são maravilhosas no meio das mainlines que eles têm à venda. Mainline pra eles é coisa de criança. Eles mesmos brincam dizendo que na coleção particular deles você raramente encontrará mainline. O que eles procuram são peças raras, peças limitadas. A nossa miniatura da convenção fez sucesso (a A-Ok que foi vendida aqui).


No mais, foi muito bom, fui muito bem recebido. Quando dizia que vinha do Brasil, davam muita atenção, sempre perguntavam como era o colecionismo aqui. E eu dizia que nossa convenção em volume de pessoas era maior do que a deles. Então eu acho que nosso mercado não está muito distante deles e pode chegar a passá-los, sendo que hoje já somos o segundo país que mais compra miniaturas da Mattel. Entre os colecionadores por lá existe muita união. E lá, ao contrário daqui, você não vê criança, apenas adultos.


E pessoas do mundo inteiro. Tinha mais de 5 quartos (lojas) de pessoas que vieram do Japão (pois o colecionismo lá é muito forte), e eu descobri que nas convenções japonesas acabam indo muitos americanos para participar. E eu acho que talvez na próxima ou nas futuras convenções brasileiras teremos intercâmbios por aqui também.

2 comentários:

  1. Muito interessante a reportagem!Em relacao ao Japao(morei la), encontrei muitas minis legais!

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