domingo, 27 de agosto de 2017

Matchbox – os “Anos Tyco”

Nosso amigo Mauricio Nunes conta hoje sobre uma das fazes mais curiosas da Matchbox, e poucos conhecem estes poucos anos cheios de produtos diferentesClique aqui e veja todas as postagens do Mauricio sobre a história do nosso hobby.

Em 1993 chegaram ao fim os “Anos Universais”. A Tyco, inicialmente conhecida como Tyler Company de Mount Laurel, New Jersey, EUA, que à época era a terceira maior empresa de brinquedos dos EUA adquiriu a Universal Matchbox Group de David Yeh. Ao final de 1992 a Tyco, diferentemente da maior parte das empresas em crise, vinha acumulando lucros sucessivos diversificando sua linha mestra de atuação, que era de trens elétricos e carros de corrida rádio controlados. Com aquisições bem administradas, a Tyco driblava a crise e com capital em caixa resolveu diversificar ainda mais e comprar a Matchbox.

Mais do que os novos lançamentos da linha 1-75, as miniaturas da era Tyco se destacaram por inúmeras novas séries lançadas no breve período de controle da Tyco sobre a marca.

Os “Showstoppers” eram miniaturas que vinham em uma base expositora com um tipo de refletor (plástico NÃO vidro).

A série “Graphic Traffic” era composta de miniaturas todas brancas e vinham com um jogo de canetas coloridas para que as miniaturas fossem pintadas pela criançada.

Um brinquedo que a luz da tecnologia de hoje parece tosco, mas que deve ter sido a sensação no início dos anos 90 foi a “Intercom City”. Propalada como a “cidade falante computadorizada”. Vinha com veículos que ao serem passados por sensores na cidade faziam com que a cidade emitisse sons (falas pré-gravadas) e luzes.

A Matchbox/Tyco também criou algumas miniaturas específicas de fazenda. Alguns arados e semeadores não muito fáceis de serem achados pelos colecionadores que gostam desse tipo de miniatura. 

A série World Class pode ser chamada como o embrião da série Premiere. 

Eram miniaturas com rodas de plástico cinza (não cromadas como as Premiere) e com pneu de borracha. Essa série tinha o vidro espelhado e não tinha interior, em comparação com os modelos normais da série Superfast. Embaixo tinham pintado a marca “World Class” dentro de um escudo, como mostra a seta no detalhe.

Outra série de sucesso dos anos Tyco foi a série “Indy 500” com modelos de corrida Fórmula Indy, tanto os carros de corrida como os caminhões de transporte. Com contrato com a Indy League pela Matchbox/White Rose (ver artigo sobre “Matchbox White Rose” nesse blog) em vigor a Matchbox passou a ela também, sozinha a produzir e vender miniaturas da Indy.

Ainda dentro do assunto Fórmula Indy houve uma série especial Nigel Mansell.

A Tyco aproveitou o contrato com Nigel Mansell e lançou também uma série como a Indy, só que de Fórmula 1

No caso da Fórmula 1 fizeram também modelos outros não somente da Williams.

“Matchbox Originals”, uma ideia original de 1991 dos estrategistas de marketing da Matchbox, mas que se concretizou como produção somente nos anos Tyco. Consistia na reprodução de dezesseis modelos antigos da marca, distribuídos em três séries.

Houve também alguns desses modelos em uma série especial de aniversário em 1996 e depois já nos anos Mattel houve uma reprodução de alguns modelos dessa série como modelos de Natal com um pendurador para serem usados como decoração de árvore de Natal.

No entanto, para evitar fraude a Matchbox teve o cuidado de sempre fazer os modelos com cor diferente ou pelo menos um detalhe diferente, como a cor das rodas, muitas vezes pintadas de prata, cor nunca usada em rodas nos modelos da década de 50.

Uma outra ideia de sucesso com as crianças foi a série com bonecos licenciados da “Looney Tunes”. Pernalonga, Patolino e seus amigos passaram a dirigir as miniaturas Matchbox.

A Série “Matchbox Pre-School” foi meio que uma continuação da série “My First Matchbox” da gestão anterior da marca. Ambas com miniaturas coloridas com letras e números e a ideia seria ajudar às crianças a aprenderem letras e números antes de irem para a escola.

A série “Alarm Cars” tinha modelos onde quando uma chave era inserida na traseira do veículo este acendia luzes e tocava um alarme. 

Embora um pouco fora do normal para o histórico da marca a Tyco inovou, ousou e fez uma série grande de motocicletas Harley Davidson.

A Série “Swop Tops” tinha miniaturas que vinham com um teto que podia ser removido tornando então o modelo em um conversível.

Uma série diferente foi a série “Sparkers” onde quando a miniatura era empurrada ela soltava fagulhas de luz.

Mais uma vez, saindo um pouco fora de sua zona de conforto a Matchbox lançou a série “Thunderbirds” com bonecos e as naves.

Ainda na linha de brinquedos de séries de TV outra licença de Gerry Anderson foi usada a da série de TV “Stingray”. Mais uma vez, com bonecos e os submarinos.

Como o negócio da Tyco era o negócio de brinquedos ela realmente saiu fora das miniaturas de zamac usando a marca Matchbox. Os “Power Changers” são um bom exemplo. Na verdade, era uma miniatura de corda com uma casca de uma outra miniatura sobre ela. Ao alcançar velocidade correndo, a casca de cima se abria em duas, “explodindo” e então aparecia a versão da miniatura da base.

Para melhor ilustração, sugiro verem o “link” seguinte http://www.dailymotion.com/video/x5b05sp

A “Micro Fold’N Go” era um set de miniaturas tipo partes de uma cidade que podia ser dobrada e carregada. Faziam parte da “Motorcity”

Foram apenas quatro anos de controle da Tyco sobre a marca Matchbox, mas foram anos prolíficos, onde a marca Matchbox ultrapassou os limites de miniaturas de zamac e foi usada em vários outros brinquedos. 

Em 18 de novembro de 1996 a Mattel comprou a Tyco e dessa forma as duas antigas rivais, Hot Wheels e Matchbox passaram a ter o mesmo controlador.





2 comentários:

  1. No que tange à qualidade das miniaturas, essa época foi uma das piores da Matchbox. Muitos carrinhos desproporcionais, e os abomináveis "criação própria", para evitar pagar licenças para os fabricantes.

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  2. No que tange à qualidade das miniaturas, essa época foi uma das piores da Matchbox. Muitos carrinhos desproporcionais, e os abomináveis "criação própria", para evitar pagar licenças para os fabricantes.

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